terça-feira, 17 de abril de 2018

ASSOCIAÇÃO MENTAL DE IDEIAS



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            Qualquer ser humano minimamente saudável recorre ao pensamento de forma a organizar as suas ideias, refexões, evocações e verbalizações, a partir da sua consciência, memória e inteligência, uma vez que, ao longo da vida, vai acumulando uma diversidade enorme de experiências e aprendizagens contextualizadas. Este tipo de fenómeno ocorre ao nível do cérebro, onde uma rede de associações complexas se verifica entre os vários elementos psíquicos e dados sensíveis, sempre que novos registos empíricos são detectados.

            O vivido subjectido de cada indivíduo vai fornecendo à sua consciência autobiográfica, também conforme a proximidade ou afastamento das vivências, a diferenciação ou a semelhança das experiências protagonizadas, os elementos fulcrais à forma como essas associações se processam. Estas são importantes, porque enquadram certos tipos de aprendizagens do quotidiano, envolvendo, de forma simbiótica, mutuada, o raciocínio, a memória e a capacidade verbal. Certas universidades, empresas ou clínicas, por vezes, submetem os candidatos ou os doentes a testes de associação de palavras, para efeitos de despiste didáctico ou curricular, vocacional ou medicinal.

            De resto, Freud, nas suas consultas de psicanálise, foi quem primeiramente utilizou a técnica da livre associação de ideias, para além de outras como a atenção flutuante, a neutralidade e a abstinência, procurando fazer vingar o processo onírico, ao invés do fomento do discurso sistematizado e linear do doente. Caso se verifiquem perturbações na capacidade normal de associação de ideias do indivíduo, o pensamento é alterado, podendo o seu fluxo apresentar anomalias graves, identificadas por Emil Kraepelin (1856-1926) e por Eugen Bleurer (1857-1933).

            Kraepelin estudou a paranóia, a psicose alucinatória crónica, a hebefrenia e a catatonia e agrupou-as sob a designação de Demência Precoce. Bleurer chamou esquizofrenia (alma fragmentada) a este conjunto de perturbações mentais. Seja como for, trata-se de afecções graves da personalidade global, com alteração da vida afectiva (ambivalência), incongruência na associação de ideias, verbalização estranha com neologismos e calemburgos, megalomania, estereotipia, negativismo, delírios alucinatórios, alheamento, etc..

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