quinta-feira, 27 de outubro de 2016

FORMAÇÃO INTEGRAL E EDUCAÇÃO FÍSICA



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      No país que somos nunca o poder instituído quis, pôde ou soube, por razões que não cabe aqui referir, atribuir grande papel ou importância à Educação Física em particular, até porque nunca soube, quis ou pôde emprestar a fundamentalidade que caberia, por direito e dever, à Educação em geral, visando a preparação cabal das gerações futuras.

      Sendo assim, uma vez menosprezado o papel da Educação Física – recordemos apenas o caricato cancelamento da atribuição de nota classificativa à disciplina, decidido por Nuno Crato, no governo de Passos Coelho (2011-2015) –, é evidente que a sua influência (estatuto e papel) fica manifestamente reduzida e, com ela, numa dinâmica inversamente proporcional, disparam os comportamentos desabridos de indisciplina, desinteresse e má-criação no seio do clima escolar.

      Pessoalmente, só pelos 10 anos de idade tivemos o primeiro contacto com a Educação Física, no ensino privado, em instalações invejáveis, onde, para além de um amplo ginásio, sevido de balneários com água quente e fria..., cordas, arcos, plintos, tranpolins, espaldares, colchões, etc., a orientação das aulas estava a cargo de um profissional na matéria, curiosamente cinturão negro-judoca. Decorria o ano lectivo de 1959/60.

      É inegável o condão que a Educação Física operou em todos nós: esta disciplina conseguiu, não só desempenhar o seu papel específico, imediato, salutar, lúdico, distensor, mas também exerceu uma influência desiciva no nosso comportamento relacional cívico, filosófico e desportivo.

      Importa, pois, que os responsáveis pelo Ministério da Educação – o executivo de António Costa, segundo notícias recentes, reintroduzirá a atribuição de nota classificativa à disciplina de Educação Física – passem a encarar esta área formativa como uma das pedras basilares da preparação harmónica e integral, nas suas vertentes física e mental, de todos os alunos abrangidos pelo Sistema Educativo de Portugal.


      Por tudo quanto fica dito, a Educação Física deve permanecer como área insubstituível, tanto mais que o sedentarismo actual das populações, a arrepiante inércia dos nossos jovens e crianças, potenciada pelo magnetismo das Novas Tecnologias, a limitação ou inexistência de espaços verdes urbanos e de áreas de recreio e de lazer (até nas próprias escolas, hipermassificadas pelos mega-agrupamentos) têm vindo a comprometer todo o significado da velha máxima de Juvenal “mens sana in corpore sano”.

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