sexta-feira, 5 de junho de 2015

FLOR ALADA



Não é jardim isto aqui
porque pássaros insensíveis
surgem visíveis no ar
ligando afectos ou não

Julgo ouvir a tua voz
e sonho contigo algures 
por entre nuvens e sóis 
algo me fala de nós
neste onírico trajecto

Não é jardim isto aqui
antro de latas sem brilho
nas marcas de um tempo lido
nas páginas dessa Babel

No leito dessa latência
surge a voz da nostalgia 
esvoaçante lembrança
delicada borboleta 
na corola do tormento 
de saber ser só um dia
a flor que o tempo luz

Imagem do Google

1 comentário:

  1. O poema e a imagem em consonância...
    "surge a voz da nostalgia
    esvoaçante lembrança
    delicada borboleta" Muito belo.
    Beijo.

    ResponderEliminar