domingo, 16 de fevereiro de 2014

PASSARINHOS, BORBOLETAS E FLORES (II)

Evidentemente que, se o exemplo não vier de cima, pouco ou nada se pode esperar dos filhos ou dos educandos, no caso da problemática sobre a qual tenho estado a reflectir – a firme e criteriosa educação e formação de menores.

Quantas queixas recordo ter ouvido de pais angustiados, no período reservado ao atendimento de pais e encarregados de educação!: “porque o Marquinho é insuportável e não faz nada do que se lhe diz”; “é que o Daniel chega a virar-se contra a mãe e até lhe oferece porrada”; “o Rui não quer estudar e eu é que não o vou matar por causa disso”; “olhe, senhor professor, que a Cátia Vanessa, em casa, é muito esperta e responde a tudo, não entendo por que razão ela falha na escola?!”...

Enfim, acima de tudo, em todos estes testemunhos confundem-se duas realidades dramáticas que, quer queiramos quer não, se encontram interligadas: a primeira diz respeito a uma certa ou mesmo completa incapacidade de educar e, a segunda, que é consequência da primeira e que com ela se enovela, denota a inconsequência e a irresponsabilidade destes pais, no que toca à necessidade de se estar atento e receptivo para aquilo que se vai passando em casa com os filhos, no sentido de se lhes dar resposta atempada e cabal.

Pior do que tudo isto, e acabo como comecei, são os papás que tudo dão aos meninos sem nunca os responsabilizarem por nada, independentemente do seu merecimento e/ou precisão, como se a vida não passasse de um fantasioso vale verdejante, inundado de sol e repleto de borboletas, flores e passarinhos, sem surpresas, dificuldades ou contingências, sem, aqui e ali, poderem surgir os eventuais labirintos de certos túneis de escolhos, apertados e escuros. Torna-se urgente e fundamental saber preparar as crianças para o futuro que desponta já hoje.

NOTA: sobre esta matéria, publicarei um soneto ainda hoje.


Imagem do Google

1 comentário:

  1. Querido Ze
    Estou contigo!
    Como lamento a sorte de tantas crianças que foram nascer em determinados lares!
    Ninguem se importa com elas...Nao tem quem as saiba educar,nem se preocupe em tentar saber. Exigem o que nunca sao capazes de fazer. Nao dao bons exemplos,mas exigem dos mais novos total perfeiçao em tudo o que façam .Nao dao atençao e querem que tudo corra bem.
    Como lamento a vida de pobres crianças e adolescentes em tais lares!!!
    Ao ver a imagem que ilustra este texto, fico a pensar que, na Natureza, os filhotes sao bem mais afortunados!!!
    Muitos parabens pelo texto.
    Beijinhos
    Mana

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