quinta-feira, 22 de agosto de 2013

DA TV, DA NET E DOS JORNAIS

     Hoje em dia, por dá cá aquela palha, afadigam-se as pessoas com temas, assuntos e matérias que não aquecem nem arrefecem, não servem para rigorosamente nada, são de uma futilidade aflitiva, mas ocupam o tempo e o espaço da comunicação social, determinam o aumento das audiências – no caso das televisões; forçam a compra de jornais – em se tratando destes; estratificam viciosamente os doentes da internet – embalados numa espécie de letargia obscura, redutora, solitária e fria. Reparem: no (i)mediato, estes três meios de comunicação (?!!!) de massas conseguem o tão desejado objectivo de chamar a atenção dos pobres mortais, visando o incremento dos lucros pelos quais desesperadamente se batem.

     Se calhar, até podemos avançar, aqui e agora, alguns exemplos daquilo que no parágrafo anterior se afirma, uma vez que não convém que as coisas permaneçam sem a devida configuração ilustrativa da ideia que nos é dada transmitir ao leitor. Nesta medida, atente-se nos programas apelidados de “talk shows”, onde aparecem para conversas perfeitamente idiotas (há excepções) alguns dos mais inqualificáveis indivíduos deste país – íamos a escrever nulidades, mas também não será assim. Os “Big Brothers”, onde, durante quatro meses se aprisionam, numa casa fechada mas devassada em absoluto, uma dúzia de criaturas em regime parasitário, a destilar venenos e afecções afectivas, sem qualquer objectivo lúcido; “as Celebridades Vip”, na quinta, no barracão ou na casa... Tem graça, desta feita, os programas foram designados na língua de Camões!!! Bom, no caso da quinta, toda aquela bonecada urbana encenava uma espécie de propedêutica agrícola, de resto, inconsequente, sem nenhum benefício palpável, nem para eles nem para o público.

     No caso da “internet” são tantas as mais-valias como os prejuízos, dado que dificilmente se conseguem inculcar, minimamente, regras de utilização da “WWW” nos nossos alunos e jovens, tendo em conta não só o carácter altamente viciante deste meio de comunicação, mas também a diversidade ímpar de matérias e recursos disponíveis, cada qual o mais aliciante, perigoso ou conspurcador de hábitos, atitudes e tendências, como é o caso da pornografia, sempre execrável e abjecta, mas sub-reptícia, latejante e insidiosa.

     Vamos agora, então, aos jornais. Aqui, volta e meia, surgem as sondagens: estas são joguinhos de mau gosto, tão da preferência dos partidos que nessas alturas se encontram na mó de cima, e tão “indiferentemente” olhadas de soslaio pelos que se encontram na mó de baixo. Mas, atenção: só com a mó de cima e a mó de baixo em articulação é que se consegue fazer farinha! Enfim...

     A seguir à brincadeirinha, bem folclórica, das sondagens, surgiu a dos “rankings” – outra palavra inglêsa, talvez por causa do colorido, não?!! --, ou escalonamentos, como nós lhes chamámos; e logo haviam de envolver as escolas nesta enganadora manobra de diversão.

   Tudo isto contitui uma pura perda de tempo: como é possível pretender estabelecer escalonamentos entre escolas públicas e privadas?!! Que tipo de veleidade pode eventualmente sustentar comparações entre os resultados dos filhos/família, económica e socialmente privilegiados e integrados e os indigentes de má sorte dos bairros degradados e sofridos?!! Por que razão se ignoram estes aspectos tão marcantes e antagónicos da nossa realidade escolar e se apresentam os resultados como se nada fosse, colocando a tónica do “sucesso” nas escolas e colégios da “gente bem”, como se estes não tivessem feito mais do que a sua obrigação?!!

  Por que diabo não se utilizam todos estes dados, internamente, no sentido de despistar os reais problemas do sistema educativo, visando tentar minorar o que está mal e melhorar quem, ainda assim, demonstra ter unhas para tocar guitarra?!!...

Nota: net pic

1 comentário:

  1. Meu querido
    O teu artigo disseca uma realidade que nos aflige a (quase) todos.Só os ignorantes é que não se dão conta da manipulação da comunicação social versus massas(humanas).
    Quanto ao WWW,cabe aos pais protegerem os seus filhos daquilo que os pode prejudicar,bloqueando o que não devem ver.O pior é que a maioria deles,no que diz respeito a Informática,sabe menos do que os filhos.
    Dou
    -te toda a razão,no que diz respeito,também aos jornais e à TV,mas já sabes:«O dinheiro é tão bonito!!!...»-disse alguém.
    Tem uma óptima 4ª feira.
    Beijinhos da Mana

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